Mãe procura por filha gêmea de 6 meses desaparecida em Canoas, no RS, após enchentes

A mulher foi separada da filha no momento em que o barco que resgatava a família, virou

Escrito por Redação ,
Bebês gêmeas de mãos dadas
Legenda: Agnes é irmã gêmea de Ágata. As duas têm seis meses de idade e caíram do barco no momento do resgate, junto à família
Foto: Arquivo Pessoal

Uma moradora de Canoas, no Rio Grande do Sul, uma das cidades mais afetadas pelas enchentes dos últimos dias, está em busca da filha de apenas seis meses de idade. Ela perdeu Agnes no momento em que a família estava sendo resgatada, na noite do último sábado (4). Em entrevista à revista Crescer, a mãe da criança, a dona de casa Gabrielli Vicente, relatou que a embarcação acabou virando, o que fez com que ela e os quatro filhos caíssem na água e quase se afogassem, mas foram socorridos.

"Nosso barco virou e todos nós nos afogamos. Tinha mais ou menos 14 pessoas. Meus quatro filhos caíram na água, incluindo minhas gêmeas de seis meses. Tentei me segurar com as unhas no barco para não afundar com ele, mas engolimos muita água com gasolina e óleo do motor. Na mesma hora, outros três barcos chegaram para ajudar. Uma das minhas gêmeas, Ágata, foi pega desacordada, porém, o bombeiro a reanimou e correu com ela para o hospital. Achei meus outros dois filhos e garantiram que haviam pego também as duas bebês. Na hora, eu gritava que eram duas. Perdemos a noção do tempo e horário de tudo", contou Gabrielli.

A mãe desabafou ainda que a outra gêmea, Ágata, está internada em coma induzido em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A bebê "teve três paradas cardíacas", ela disse. No entanto, Agnes continua desaparecida, mas a família espera que ela tenha sido resgatada e levada para um lugar seguro.

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'Estou me culpando tanto'

"Eu gritava que eram gêmeas, que eram duas, e eles falaram, na hora, que pegaram as duas, só não sabem para onde foi", continuou. "Meu menino de dois anos, que não fala quase nada, aprendeu a falar 'socorro' de tanto que a gente gritava", se emocionou Gabrielli. "Estou me culpando tanto. Me culpo por ter deixado elas no colo de outras pessoas no barco, mas eu já estava com meu menino de dois anos nos braços. Agora, estou com meus outros dois filhos aqui, preciso ter força por eles, também", acrescentou.

Segundo a Crescer, desde sábado, a família está abrigada em prédios de acolhimento, mas todos os dias tem procurado desesperadamente por Agnes em hospitais e outros abrigos. "A mãe já foi em vários lugares reconhecer crianças, mas, infelizmente, não era nenhuma delas. E, como perderam o carro, estão gastando com táxi", contou uma amiga dos parentes da menina.

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