Por que Porto Alegre alagou? Entenda a calamidade que deixou a capital sem luz, água e suprimentos

A vazão do Guaíba subiu de 2 mil metros cúbicos por segundo para 25 mil metros cúbicos por segundo

Escrito por Redação ,
Enchentes em Porto Alegre
Legenda: As enchentes provocadas pelas fortes chuvas no Rio Grande do Sul já deixaram pelo menos 85 mortos
Foto: Nelson ALMEIDA / AFP

A capital do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, está sendo um dos municípios afetados pelas enchentes e alagamentos. Para se locomoverem em algumas regiões, os moradores estão utilizando barcos, botes, boias e motos aquáticas. Na manhã de segunda-feira (6), o nível da água subiu para 5,33 metros, superando o recorde histórico de 4,76 metros, em 1941.

Mas por que ocorre esse alagamento? Conforme o jornal O GLOBO, a região de Porto Alegre, que está próxima da Bacia do Guaíba, é justamente onde ocorre a junção de três rios: Taquari, Jacuí e Caí. Assim, quando chove e há um aumento no nível da água desses três rios, a vazão é escoada para o Guaíba, que compõe cerca de 90% do volume total da Bacia. 

Assim, após quatro dias de chuvas intensas, a vazão do Guaíba subiu de 2 mil metros cúbicos por segundo para 25 mil metros cúbicos por segundo, não tendo tempo hábil para escoamento. O volume grande de água, faz o nível subir muito rápido. 

Qual a previsão de escoamento?

O nível do Guaíba deve seguir cerca de 4 metros acima da cota de inundação até dia 11 de maio e, se não chover na próxima semana, pode reduzir para abaixo da cota. 

Por isso, no momento, os especialistas se preocupam com a duração dos níveis elevados da água, pois o quadro pode voltar a se agravar se tiver novas chuvas. 

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Catástrofe no Rio Grande do Sul

As enchentes provocadas pelas fortes chuvas no Rio Grande do Sul já deixaram pelo menos 85 mortos, segundo boletim da Defesa Civil divulgado no fim da tarde de segunda-feira (6). Outras quatro mortes estão sendo investigadas para determinar a causa, ou seja, para definir se foram causadas pelas enchentes.

As autoridades ainda contabilizam 339 feridos e 134 desaparecidos. Entre os sobreviventes, mais de 201 mil pessoas estão fora de casa, sendo 153.824 desalojados e 47.676 em abrigos públicos. 

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