Fugitivos de Mossoró receberam ajuda de dentro do presídio, apontam indícios da PF

Colaboração interna aos foragidos é reforçada por quatro indicativos da investigação

Legenda: Investigação da Polícia Federal aponta indícios de ajuda interna para viabilizar a fuga
Foto: Divulgação/Depen

Uma linha de investigação da Polícia Federal aponta indícios de que os fugitivos da penitenciária de Mossoró (RN) receberam ajuda interna para viabilizar a evasão. Conforme publicado pela Folha de S. Paulo nesta sexta-feira (1º), facilitação de fuga e dano qualificado são possibilidades no caso que aconteceu no dia 14 de fevereiro

A PF relata que há quatro indícios principais para reforçar a tese. O primeiro elemento é de que os detentos teriam recebido barras de metal dentro da cela. Elas teriam sido utilizadas para remover as luminárias do espaço. A partir daí, a dupla conseguiu acessar o duto de manutenção do prédio, no qual passam as instalações. Os metais seriam compatíveis com vergalhões utilizados na reforma que acontece na penitenciária. 

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De acordo com um documento da investigação, por meio do duto de manutenção, os foragidos chegaram ao telhado do presídio e desceram pela parte externa do prédio. Depois, eles chegaram a um tapume da obra em andamento. Nesse ponto, eles conseguiram encontrar ferramentas para romper as cercas do perímetro interno e externo. 

O terceiro e o quarto indícios estão no fato dos fugitivos terem conseguido viabilizar a fuga com a escuridão do local. O poste que deveria iluminar a área estava desligado pelo disjuntor. Mesmo assim, eles conseguiram se deslocar até o tapume e acharam ao menos um alicate. A polícia vê aí a possibilidade de que a ferramenta tenha sido deixada no local. 

Ainda segundo a investigação, as imagens da ação dos detentos para retirar a luminária também sugerem que tenha sido um trabalho demorado e sincronizado. A suposição da PF é que a ação seria perceptível por meio de uma simples revista na cela. 

Quem são os fugitivos de Mossoró?

Detentos
Legenda: Fugitivos foram identificados como Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça, ambos do Acre
Foto: Reprodução

Os fugitivos, Deibson Cabral Nascimento, 33 anos, e Rogério da Silva Mendonça, 35, respondem por crimes como roubo, tráfico de drogas, organização criminosa e homicídio. Eles são membros do alto escalão de uma facção criminosa de origem carioca, com atuação nacional e internacional.

Deibson Cabral, também conhecido como Tatu ou Deisinho, está ligado a 34 processos na Justiça do Acre. Ele responde por crimes como formação de quadrilha, tráfico de drogas e roubo e já foi condenado a 33 anos de prisão.

Já Rogério da Silva, o Martelo, responde a processos pelos crimes de homicídio qualificado, roubo e violência doméstica. Ele foi condenado a 74 anos de prisão, respondendo a mais de 50 processos, e tem uma suástica (símbolo do nazismo) tatuada na mão.