Ministério Público denuncia mulheres por homofobia e agressão a casal gay em padaria de SP

Caso seja condenada, Jaqueline Ludovico pode pegar uma pena de 12 anos de prisão, já para Laura Jordão são 10 anos

Escrito por Redação ,
Mulher gritando
Legenda: Vítimas afirmam que foram agredidas física e verbalmente
Foto: Reprodução/Instagram

O Ministério Público de São Paulo denunciou Jaqueline Santos Ludovico e Laura Athanassakis Jordão, acusadas de injúria racial, ameaças, lesão corporal e vias de fato contra um casal gay em uma padaria no bairro Santa Cecília, em São Paulo, no início de fevereiro deste ano.

Em vídeo compartilhado nas redes sociais, as duas aparecem envolvidas em uma discussão com Rafael Gonzaga e o namorado dele, Adrian Grasson. Na época, o casal registrou boletim de ocorrência alegando que foi agredido física e verbalmente por homofobia.

Caso seja condenada, Jaqueline pode pegar uma pena de 12 anos de prisão, já para Laura são 10 anos, conforme as penas máximas previstas em lei, somadas. A denúncia também pede fixação na sentença, para reparação dos danos morais, de 21 salários mínimos para Jaqueline e de 15 para Laura.

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Indiciamento

Em março, a Polícia Civil de São Paulo indiciou Jaqueline dos Santos Ludovico por lesão corporal e injúria. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) informou que as investigações continuam, mesmo após indiciamento. As apurações acontecem por meio de inquérito policial “para esclarecer todas as circunstâncias do fato."

O caso está sob a responsabilidade da Delegacia de Polícia de Repressão aos Crimes Raciais e de Delitos de Intolerância (Decradi), junto ao Ministério Público de São Paulo, que apresentou denúncia contra as acusadas.

RELEMBRE O CASO

O caso de homofobia ocorreu em uma padaria no bairro Santa Cecília, na capital paulista, no dia 3 de fevereiro. Dois homens relataram no boletim de ocorrência que foram agredidos física e verbalmente por uma mulher no local.

As vítimas relataram que foram até a padaria e, ao chegar no estacionamento, havia três pessoas em pé, paradas em uma vaga. Eles aproximaram o carro para usar a vaga e duas pessoas saíram. Porém, uma mulher teria permanecido no lugar até ser retirada por um dos amigos.

Em seguida, ela retornou para a vaga, empurrou o retrovisor do veículo e gritou com o motorista. As vítimas afirmam que a mulher teria usado termos homofóbicos, como "veados". A suspeita ainda teria jogado um cone contra os dois.

A mulher continuou a xingar os homens dentro da padaria. O momento foi parcialmente gravado por uma das vítimas, Rafael Gonzaga, que publicou os vídeos nas redes sociais. "Os valores estão sendo invertidos. Eu sou de família tradicional e tenho educação", diz a mulher em uma das filmagens. Rafael afirmou que ficou com o nariz sangrando após as agressões.

Ele ainda relatou que acionou a Polícia, mas quando os agentes chegaram ao local, a mulher foi mandada para casa. "Estamos seguindo os trâmites legais para que essa mulher pague no rigor da lei pelo crime de homofobia", escreveu.

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