Policial penal preso por extorsão já havia sido detido com drogas e celulares em presídio no Ceará

Servidor público voltou a ser preso depois de 7 anos, com um primo e um comerciante, suspeitos de se passarem por policiais civis para realizarem extorsões

Escrito por Redação ,
Drogas e celulares que seriam entregues a um preso foram interceptados pela Polícia Militar, em 2017
Legenda: Drogas e celulares que seriam entregues a um preso foram interceptados pela Polícia Militar, em 2017
Foto: Naval Sarmento/ Arquivo

O policial penal preso na última segunda-feira (13) - com dois homens - por se passar por policial civil para realizar extorsões, no Interior do Ceará, já havia sido detido com drogas e aparelhos celulares, que seriam entregues a um integrante de uma facção criminosa, que estava preso um presídio cearense, em 2017.

Na última semana, conforme documentos obtidos pelo Diário do Nordeste, Luiz Fernandes Perote da Costa, de 35 anos, foi alvo de mandados de prisão temporária e de busca e apreensão, cumpridos em uma loja de suplementos de sua propriedade e na sua residência, respectivamente - ambas localizadas no Centro de Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).

A operação, deflagrada pela Delegacia Regional de Russas, da Polícia Civil do Ceará (PCCE), também prendeu temporariamente Luiz Ferreira Perote Neto, 26, e Kasyo Antônio da Silva Pereira, 29. O primeiro é primo do policial penal, enquanto o segundo é um comerciante do Município de Russas - onde aconteciam a maioria das extorsões.

Segundo a PCCE, os homens presos "são suspeitos de praticarem crime de extorsão qualificada, mediante restrição da liberdade da vítima, e com emprego de arma de fogo, com o objetivo de fazer transferências bancárias. Ainda conforme os levantamentos policiais, os suspeitos se passavam por policiais civis e ameaçavam as vítimas de prisões".

O delegado regional de Russas, Eduardo Borges, contou, em coletiva de imprensa realizada na última terça-feira (14), como chegou até os suspeitos: "Por meio de monitoramento financeiro de movimentações de Pix. A partir dessas evidências e do material probatório, nós fizemos a representação judiciária e conseguimos a prisão temporária e busca e apreensão dos investigados. Vamos prosseguir com as identificações a fim de ver se tem o envolvimento de outras pessoas e se eles cometeram outros delitos".

Um empresário do Município teria transferido R$ 10 mil para os suspeitos, após ser abordado, no dia 17 de abril último. Ele teria sido ameaçado de ser preso pelos falsos policiais civis e teria tido a liberdade restringida, por cerca de 30 minutos, até realizar o pagamento. Os suspeitos chegaram a cobrar R$ 20 mil, mas aceitaram a metade do valor. A vítima ainda foi ameaçada de morte, caso denunciasse a extorsão.

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Tráfico de drogas em presídio

Luiz Fernandes Perote da Costa já havia sido preso pela Polícia Militar do Ceará (PMCE), quando se preparava para entregar aparelhos celulares, carregadores, fones de ouvido e drogas para um integrante da facção Comando Vermelho (CV), que estava detido na Unidade Prisional Desembargador Adalberto de Oliveira Barros Leal (conhecido como 'Presídio do Carrapicho'), em Caucaia, no dia 24 de julho de 2017.

200g
de cocaína foram apreendidos com outro suspeito, em uma abordagem do Batalhão de Policiamento Rodoviário Estadual (BPRE), no Km 20 da CE-065, em Maranguape. Segundo as investigações policiais, a droga seria entregue a Luiz Fernandes, que entraria com a encomenda no presídio.

A investigação administrativa da Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário do Ceará (CGD) contra Luiz Fernandes foi concluída com uma punição de suspensão por 90 dias, segundo publicação no Diário Oficial do Estado (DOE) de 18 de janeiro de 2021.

Em 8 de setembro de 2022, a CGD publicou no DOE a progressão de cargo por antiguidade de Luiz Fernandes Perote da Costa, de Policial Penal - Nível 2 para Policial Penal - Nível 3.

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