Sol emite tempestade solar em forma de fênix e provoca terremotos, mas sem 'apocalipse' da internet

Os eventos têm assombrado a sociedade neste ano

Legenda: Tempestades solares têm impacto na Terra
Foto: Shutterstock

As tempestades solares têm assombrado a sociedade neste ano de 2024. O Sol passa por picos de atividades a cada 11 anos e 2025 seria o ano previsto para o retorno do fenômeno. O monitoramento começou com a contagem de manchas solares que podem ser observadas com filtro. (Observação: nunca use equipamentos sem filtro para observar o Sol, o indicado é filtro número 14 por não mais do que 30 segundos).

Contudo, foi notada uma antecipação da atividade solar já em 2024, o que repercutiu pela internet. É verdade que tempestades solares podem causar efeitos notáveis aqui na Terra.

Na última semana, o Sol estava inquieto liberando vários flares e uma grande quantidade massa coronal. Flare é um brilho que viaja na velocidade da luz e provoca interferência, principalmente, nas ondas de rádio amador aqui na Terra. E a ejeção de massa coronal é uma grande quantidade de massa que vem de uma região do Sol chamada corona ou coroa.

São essas partículas que, quando chegam à Terra, provocam as auroras boreais e austrais. Nos últimos dias, ocorreu a maior tempestade solar deste ciclo.

Eu também já escrevi sobre a relação com os terremotos no Japão. Existem ainda outros estudos que mostram a correlação entre tempestade solar e erupções vulcânicas. Faz sentido. Se há terremotos, há movimento das placas tectônicas, o que por sua vez pode expelir lava do interior da Terra. 

Foi notado um aumento da atividade vulcânica pelo mundo por meio do mapa interativo disponível no link. Os triângulos vermelhos indicam vulcões em erupção. Os círculos se referem a terremotos. 

Legenda: Mapa interativo de erupções vulcânicas e terremotos
Foto: Earth Quakes/Reprodução

Mas a grande preocupação de muitos é o que se popularizou como o "apocalipse da internet", um grande exagero na minha opinião. Existiu um grande evento em 1859 registrado pelo astrônomo Richard Carrington que queimou vários telégrafos no Canadá. Naquela época era o meio de comunicação mais rápido.

É possível que isso se repita com a internet, porém nas regiões mais próximas dos polos, como o Canadá. Sem falar que existe um blindagem da água salgada diferente dos postes dos antigos telégrafos. Além disso, a fibra óptica é isolante. As chance de derrubar a Wolrd Wide Web de uma vez é muito difícil.  

A tempestade solar dessas duas semanas foi a maior dos últimos 9 anos e, mesmo assim, a internet continua funcionado. Aqui a internet já caiu por vários motivos, a chuva, furto de cabos e fios, má qualidade do serviço e também por pagamento atrasado (é, isso também corta internet). Duvido também que uma obra de dessalinização vá cortar os cabos de fibra óptica ali na Praia do Futuro.

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Essa história já ganhou tanta repercussão que o engenheiro chefe encarregado pela obra não vai cometer uma gafe dessas. Cito ainda a sabotagem dos cabos de dados submarinos no Mar Vermelho onde o grupo rebelde Houthis estão sequestrando navios. Como são 15 cabos ali naquela região, e foram sabotados 4 deles, isso representa quase 25%. Existem blogs divulgando que o impacto foi de 25% na internet mundial, não foi. Foi um impacto de 25% no tráfego de dados que passam pelo Mar Vermelho como informa a HGC Global Communications

Porém, mais importante do que a internet é a segurança das pessoas contra desastres naturais. Pelo menos, como você pode conferir no mapa, não há ocorrências de erupção vulcânica no Brasil. Então pode ficar tranquilo que não há motivos para alarde. Vamos passar por mais essa tempestade solar. O pico deve ocorrer até o fim do ano que vem. Até lá, muita coisa interessante pode acontecer, e eu trarei aqui sempre que houver novidades.