Educação: torcendo um plano

Escrito por Davi Marreiro ,
Consultor pedagógico
Legenda: Consultor pedagógico

Conforme dados veiculados pelo portal GZH Educação Básica, a crise decorrente da catástrofe climática no estado do Rio Grande do Sul teve um impacto direto em pelo menos 444 instituições de ensino localizadas 240 municípios. Nessas escolas estão matriculados aproximadamente 184,7 mil estudantes. Considerando exclusivamente a rede escolar estadual, cerca de 338,7 mil alunos estão sujeitos às consequências dessas inundações devastadoras. Como resposta a essa situação, o Conselho Nacional de Educação aprovou a reestruturação do calendário escolar, contemplando a inclusão de atividades não presenciais como parte integrante da carga horária mínima anual.

Entre o prevenível e o imprescindível, preferimos o improviso! Em outros termos, enrolamos e esticamos um ‘pano’ na tentativa de desaguar uma enchente. Enquanto isso, neste instante, tentamos resgatar vítimas de políticas complacentes com o risco, afinal de contas, as consequências desse desastre foram todas imprevisíveis e incalculáveis? De acordo com Regina Alvalá, diretora do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais, a resposta é definitivamente não! Em uma entrevista à Agência Brasil, a especialista destaca que diversos elementos contribuíram para a catástrofe socioambiental enfrentada pelo estado, incluindo sua posição geográfica, a estrutura urbana das cidades e a ausência de um programa eficaz de gestão de riscos.

A propósito, um dos trechos do mesmo editorial lembra que “compreender os riscos é essencial para a prevenção”. A esse respeito sugiro o documento da UNESCO sobre “a redução do risco de desastres nos currículos escolares de 30 países.” É necessário irmos além de simples ajustes de calendário! Precisamos preencher algumas lacunas de habilidades específicas ausentes em nossos currículos escolares, a priori são: “habilidades e aprendizados atitudinais; analíticos e de solução de problemas que desenvolvam o conhecimento de vulnerabilidades particulares/locais; habilidades de participação, provisão de ajuda própria e mútua e comunicação efetiva dos riscos.” Não é sensato deixar o ‘lobo’ fora dos teus cálculos se vives perto dele.
 
Davi Marreiro é consultor pedagógico
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