Polícia Civil investiga se assassinato de enfermeira em Fortaleza está ligado à denúncia de ameaça

A primeira informação que surgiu para a Polícia, no local do crime, dava conta que o homicídio tinha sido motivado por uma briga de trânsito

Escrito por Messias Borges e Sarah de Queiroz , seguranca@svm.com.br
Policial Militar
Legenda: Equipes da Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE) e da Polícia Militar do Ceará (PMCE) foram ao local do crime
Foto: Paulo Cardoso/SVM

As apurações da Polícia Civil do Ceará (PCCE) sobre o assassinato da enfermeira Jandra Mayandra da Silva Soares, de 36 anos, dentro de um veículo, no bairro Pirambu, em Fortaleza, trabalham com pelo menos duas linhas de investigação sobre a motivação do crime: discussão de trânsito ou relação com uma denúncia de ameaça.

A primeira informação que surgiu para a Polícia, no local do crime, dava conta que o homicídio tinha sido motivado por uma briga de trânsito, na noite da última quarta-feira (15). Segundo testemunhas, um motociclista colidiu na traseira do carro da vítima, na parada de um semáforo.

Pouco tempo depois, o mesmo motociclista bateu no retrovisor do carro dirigido por Jandra Mayandra. Em seguida, o suspeito passou pelo automóvel e efetuou disparos contra a enfermeira, que morreu no local, na Avenida Presidente Castelo Branco. Uma passageira do carro saiu sem ferimentos.

O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil, se deslocou para a ocorrência e colocou uma equipe para investigar o caso. A reportagem apurou que os policiais do DHPP realizam levantamentos na região e oitiva de testemunhas, desde então.

Outra linha de investigação surgiu durante o trabalho policial. A reportagem apurou, com fonte da Polícia Civil e com um colega de trabalho da vítima, que Jandra Mayandra registrou um Boletim de Ocorrência (B.O.) pelo crime de ameaça, em 2023.

A enfermeira teria sofrido ameaças, nas redes sociais, de uma suposta funcionária demitida de uma empresa terceirizada, que prestava serviços a uma unidade de saúde onde a vítima trabalhava. Nas mensagens, a mulher atribuía a Jandra a responsabilidade por ela ter sido demitida.

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'Ela não merecia essa brutalidade', diz amiga

Renata Araújo, amiga de infância de Jandra Mayandra, afirma que a enfermeira "era uma pessoa muito especial, uma pessoa de caráter ímpar, que só tinha a oferecer e cuidar. Ela acordava e ia dormir sorrindo. Se ela tivesse passando por algum problema, não deixava passar para nós. Era uma alma boa".

A amiga afirma que Jandra "não merecia a brutalidade que aconteceu com ela". "Eu fico sem saber porque ela foi tão cedo. Uma pessoa tão boa, era de casa pro trabalho, só gostava de ir pra igreja e cuidar da cachorrinha dela, que tá aqui chorando, por falta da 'mãezinha' dela", lamenta.

Jandra Mayandra, morta a tiros no Pirambu
Legenda: A vítima atuava no Hospital Dr. Oswaldo Cruz (Hdoc)
Foto: Reprodução/Instagram

Jandra Mayandra da Silva Soares era natural de Floriano, no Piauí. Ela era gerente administrativa no Hospital Dr. Oswaldo Cruz (Hdoc) e antes havia trabalhado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Sobral.

O Hdoc publicou uma mensagem em que presta "o mais profundo pesar pelo falecimento" da gestora: "Desejamos os mais sinceros sentimentos à família e amigos neste momento de luto".

O Conselho Regional de Enfermagem do Ceará também lamentou a morte da enfermeira: "É com profundo pesar que o Conselho Regional de Enfermagem do Ceará lamenta o falecimento da enfermeira Dra. Jandra Mayandra Da Silva Soares, colaboradora do Hospital HDOC Fortaleza. Expressamos nossos mais sinceros sentimentos aos familiares, amigos e colegas de enfermagem".

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